O Medo e os Ataques de Pânico

 

Ao longo da nossa vida, todos nós já sentimos emoções como o medo e a ansiedade. O medo é uma emoção básica que está associada a uma resposta súbita de defesa do nosso organismo perante uma situação de risco. Perante o perigo, o corpo tende a responder com “luta” ou “fuga”.

A ansiedade por sua vez, é uma emoção que se define como uma emoção antecipatória, muitas vezes irreal ou excessiva relativamente a situações futuras. 

Quando o medo e a ansiedade estão presentes de uma forma persistente, excessiva e num grau elevado de intensidade, estas tornam-se patológicas,  interferindo negativamente no bem-estar e qualidade de vida de uma pessoa.

Um ataque de pânico caracteriza-se pela presença de episódios recorrentes de ansiedade grave e intensa não relacionada com acontecimentos reais, mas sim com a interpretação que se faz do mundo em volta. 

 

Muitos dos que sofrem ataques de pânico relatam medo repentino da morte, um "estado de loucura" ou uma perda de controlo das emoções e do comportamento, sensação de estar a ter um ataque cardíaco, "visão turva", sensação de desmaio, náuseas, sensação de dormência em todo o corpo e respiração pesada (e, quase sempre, hiperventilação). Muitas pessoas também relatam "visão de túnel" (perda da visão periférica), devido à reação de defesa do corpo que faz com que o fluxo de sangue saia da cabeça para as partes mais críticas durante o ataque. As experiências geralmente provocam uma forte urgência de escapar ou de se ver distante do local onde o ataque começou (a reação de lutar ou fugir) e, quando associadas a dores no peito ou falta de ar, podem necessitar de tratamento médico de urgência, pelos sintomas apresentados. Durante o ataque, costuma haver uma "inundação" de hormônios no corpo, principalmente de adrenalina.

Os ataques de pânico podem, muitas vezes, acontecer quando a pessoa está longe de casa, bem como, podem acontecer em qualquer lugar e em qualquer momento, por exemplo, enquanto está a fazer compras, a passear na rua, a conduzir, ou até mesmo sentado no sofá.

Os sinais e sintomas de um ataque de pânico desenvolvem-se abruptamente e, geralmente, atingem o seu pico em 10 minutos. A maioria dos ataques de pânico tem uma duração de 20 a 30 minutos, e raramente duram mais de uma hora.

Ao ataque de pânico estão associados os seguintes sinais e sintomas (basta 4 sintomas para se fazer o diagnóstico):

 

•Batimentos cardíacos fortes e acelerados

•Suores

•Tremores

•Dificuldade em respirar

•Dor no peito ou desconforto nessa zona específica

•Náuseas ou perturbações gastro-intestinais

•Tonturas, sensação de desmaio

•Sensação de que nada é real ou de estar separado do seu corpo

•Medo de perder o controlo ou enlouquecer

•Medo de morrer

•Sensação constante de formigueiro ou dormência. 

•Arrepios ou calor súbito ou suores frios

 

O que é a Perturbação de Pânico? 
 

Quando os ataques de pânico não são tratados, a pessoa pode vir a desenvolver uma perturbação de pânico e/ou outros problemas. 
 

Para o diagnóstico de Perturbação de Pânico, é indispensável a presença de ataques de pânico frequentes e inesperados, provocando sofrimento e condicionantes no quotidiano do indivíduo. 

Pelo menos um destes ataques de pânico deve seguir-se por uma ou mais das seguintes características que persistiram pelo menos ao longo de um mês:

 

• Preocupação persistente com a possibilidade de acontecer um novo ataque

• Preocupação relativamente às consequências dos ataques de pânico (poder perder o controlo)

• Haver uma modificação significativa no comportamento relacionado com os ataques de pânico

 

Uma das principais consequências no quotidiano é o evitamento das situações que levam a ter ataques de pânico, levando muitas vezes à desistência de atividades normais e anteriormente desejadas e prazeirosas. No entanto, os ataques de pânico poderão ser tratados, e quanto mais cedo se procura ajuda, mais fácil será melhorar. 

 

Embora um ataque de pânico dure apenas alguns minutos, os efeitos dessa experiência podem permanecer de uma forma duradoura. As memórias de ansiedade e medo intensos sentidos no ataque de pânico podem afetar negativamente a auto-confiança e causar graves distúrbios na vida do quotidiano, levando aos seguintes aspetos da perturbação de pânico:

 

1.  Ansiedade antecipatória: em vez de se sentir relaxado, o doente mantém-se ansioso e tenso entre os ataques de pânico. Esta ansiedade provém do medo de ter ataques de pânico futuros, estando “medo do medo” presente na maior parte do tempo, podendo ser bastante incapacitante.

 

2.  Evitamento fóbico: a pessoa começa a evitar determinadas situações e/ou ambientes, estando este evitamento interligado com a crença de que a situação que está a evitar causou os ataques de pânico anteriores. A pessoa pode, ainda, evitar lugares onde prevê ser difícil fugir ou haver uma falta/pouca ajuda, quando tiver um ataque de pânico. Este evitamento, se se tornar extremo, poderá implicar o desenvolvimento de uma perturbação de pânico com agorafobia.

 

Como é que a Hipnoterapia pode ajudar e tratar uma pessoa com este sintoma?

 

Através de técnicas de regressão à causa fonte, fazendo com que o consulente possa ultrapassar o momento fóbico e para isso é necessário regressar a esse momento onde a criança gravou a crença de que era incompetente, para agradar os pais ou educadores, sentindo-se ignorada, neglicenciada ou reprimida pelos mesmos. Existe assim, algum momento sofrido do passado e não ultrapassado, o qual tem que ser revivido, pois cada momento percebido como sofrimento, a mente do consulente dispara um sinal de alerta que, ao passar para uma exposição a uma zona de conforto, torna-o novamente incompetente. No fundo é pedido ao consulente que na segurança do consultório, descreve as suas dificuldades, as quais sofreu durante a experiência do medo passado. Pode-se assim ressignificar as sensações físicas do momento original da experiência inquietante, onde ele foi incapaz,reprimido, humilhado e por isso tenha tido sentimentos de raiva, frustração, medo, incompetência, etc.. 

Ao dessomatizar-mos aquela situação primária de conflito original, o signo sinal irá desaparecer, os sentimentos vinculados a ele também deixaram de fazer sentido e a razão para ter medo desaparece e com ela também a ansiedade que leva aos ataques de pânico.

Em determinada altura, o consulente é encorajado para encarar as situações que fariam disparar os alertas, de forma a perceber as mudanças que ocorrem em si mesmo e com o objectivo de lhe devolver a autoconfiança de que é capaz de se controlar e manter calmo.

Durante a Terapia o consulente terá acesso a técnicas para ajudá-lo a diminuir a ansiedade e a controlar-se, de forma a sentir-se mais seguro e confiante ao longo do tratamento.

 

Quero marcar uma consulta, como funciona?

 

Naturalmente que a Hipnoterapia não se trata apenas de uma consulta. Normalmente para o tratamento de sintomas como Perturbação do Pânico, Ataques de Ansiedade ou Fobia, são necessárias entre 4 a 6 sessões, dependendo do problema e da evolução da própria pessoa.

A primeira sessão é chamada de Anamnese. É o momento em que Terapeuta e Consulente travam as primeiras impressões, onde cresce a confiança entre ambos e onde são recolhidas as informações do estado do mesmo. Nesta sessão também serão explicados e desmistificados todos os mitos à cerca da hipnose e a forma como é utilizada em terapia.

 

 As respostas para os problemas de um ansioso estão dentro dele mesmo, assim como a força para os ultrapassar, acredite em si e dê um passo em frente com a Hipnoterapia.